Clube das Almas Inquietas

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quarta-feira, dezembro 30, 2009

Tecendo o amanhã

Alvíssaras! Eu e a literatura nos reaproximamos. Sem ela, vi-me mais pobre e mais desencantada. Fez muita falta, a danada.

Li estes dias o poema que repasso a vocês.
Ele descreve bem a importância da famíla e do amigos para que eu pudesse voltar a tecer manhãs e amanhãs.
Feliz Ano Novo.

Beijos
PS- Leila, obrigada pela apresentação ao poema.


Tecendo a Manhã

João Cabral de Melo Neto
"Um galo sozinho não tece a manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro: de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzam
os fios de sol de seus gritos de galo
para que a manhã, desde uma tela tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.


E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão".

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