Que estranho dia para se ter alegria
A cidade embaixo d´água. Moro perto de Atlântida, não perto da Atlântica, ai.
Não consegui trabalhar. Desde cedo o celular tocando:
“Você já viu na TV? A cidade está embaixo d´água, não vou poder ir à sessão”.
“Oi, minha mãe falou que hoje eu não saio de casa.”
“Já ia telefonar, hoje não tem sessão, né?”
Confirmado o cancelamento integral de meu dia de trabalho mais ocupado na semana, rendo-me às evidências: O Rio de Janeiro está submerso.
Arrisco o mercado na esquina. Vazio de clientes e funcionários, o mercado é calmo, tranqüilo. Compro o necessário e o supérfluo em medidas equivalentes.
Ângela, a fiel secretária, me pergunta sobre o almoço, que escolho baseada na privação sistemática de comidinhas feitas na hora. Bifinhos de carne moída feitos em casa, cogumelos frescos salteados (um dos tais supérfluos adquirido no impulso), purê de batatas e, alegria das alegrias, feijão fresquinho com bastante paio e lingüiça.
Equilibro a culpa com uma grande salada de folhas verdes, que serão comidas sem tempero e nem azeite, penitência que irá anistiar o feijão preto bem quentinho tomado na xícara.
As filhas em casa, liberadas do estudo e trabalho.
Calamidade tem suas vantagens quando estamos em segurança.
A filha mais velha convida à transgressão: Hoje não trabalho, vamos tomar vinho no almoço?
Porque não?
Procuro o melhor tinto. Apenas nós três, em plena terça feira, juntas no almoço mais caseiro do universo.
Garrafa aberta, o sabor é divino. A companhia também e o almoço será, com certeza.
Um brinde de gratidão a este estranho dia para se ter alegria.
Não consegui trabalhar. Desde cedo o celular tocando:
“Você já viu na TV? A cidade está embaixo d´água, não vou poder ir à sessão”.
“Oi, minha mãe falou que hoje eu não saio de casa.”
“Já ia telefonar, hoje não tem sessão, né?”
Confirmado o cancelamento integral de meu dia de trabalho mais ocupado na semana, rendo-me às evidências: O Rio de Janeiro está submerso.
Arrisco o mercado na esquina. Vazio de clientes e funcionários, o mercado é calmo, tranqüilo. Compro o necessário e o supérfluo em medidas equivalentes.
Ângela, a fiel secretária, me pergunta sobre o almoço, que escolho baseada na privação sistemática de comidinhas feitas na hora. Bifinhos de carne moída feitos em casa, cogumelos frescos salteados (um dos tais supérfluos adquirido no impulso), purê de batatas e, alegria das alegrias, feijão fresquinho com bastante paio e lingüiça.
Equilibro a culpa com uma grande salada de folhas verdes, que serão comidas sem tempero e nem azeite, penitência que irá anistiar o feijão preto bem quentinho tomado na xícara.
As filhas em casa, liberadas do estudo e trabalho.
Calamidade tem suas vantagens quando estamos em segurança.
A filha mais velha convida à transgressão: Hoje não trabalho, vamos tomar vinho no almoço?
Porque não?
Procuro o melhor tinto. Apenas nós três, em plena terça feira, juntas no almoço mais caseiro do universo.
Garrafa aberta, o sabor é divino. A companhia também e o almoço será, com certeza.
Um brinde de gratidão a este estranho dia para se ter alegria.
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