O coração e a esperança

"Meu coração não se cansa de ter esperança de um dia ser tudo o que quer..." ( Caetano Veloso)

 Ainda tenho esperança, sim. Esperança de ser tudo o que quero? Claro! Quem não?

Quero ser sempre linda, não ter as linhas da face marcadas pelo tempo, ser admirada, amada sob todas as formas, não brigar com a balança e ficar fula da vida ao sentir apertada a calça predileta, quero  não ficar preocupada com o saldo do banco, ser sempre acarinhada, desejada, saciada, quero ser senhora e soberana de  uma existência deliciosamente permeada de prazeres cotidianos, livre de todas as amarras!

Sorry se pareço pretensiosa ou livro de auto ajuda ( blergh!), mas liberdade mesmo é perceber que posso e preciso sonhar e ter esperanças, muitas esperanças. Liberdade mesmo é perceber que estas esperanças não tem obrigação de serem concretizadas e que isto não significa falha/fracasso, meu ou da vida.

Liberdade é reconhecer que a grande maioria dos chamados fracassos são contingentes e inerentes ao viver, além de nosso poder em evitá-los ou saná-los integralmente. São chatos, são incômodos, são doloridos ou mesmo terrivelmente dolorosos, mas que não possuem, por si, um juízo de valor acerca de mim mesma ou de minha vida. Não são provas. São acontecimentos do viver.

Meu coração fica mais livre para sonhar, sim.

Mais livre e mais leve, sem a obrigação de me provar capaz, valiosa ou importante a cada sonho sonhado.