2010
Ah, meu amigo, a espécie humana peleja para impor ao latejante mundo um pouco de rotina e lógica, mas algo ou alguém de tudo faz frincha para rir-se da gente... (Guimarães Rosa em O Espelho )
Bem que eu fiz planos.
Foram por água abaixo junto com as chuvas que devastaram o Grande Rio e a região de Angra neste 31 de dezembro. Era tanta a chuva que arrepiamos carreira e voltamos para a casa na metade do caminho. O importante foi o repto lançado por aquilo que pode ser chamado de acaso, por falta de outro nome. Como eu me prometera não brigar com o tempo nem com o que a vida pudesse me oferecer, a tal da vida já ficou saliente desde a virada do ano.
Comprometeu-se? Determinada?
OK. Vamos ver onde fica sua elegancia e fleugma diante das frustações. Sorria, babe.
OK. Vamos ver onde fica sua elegancia e fleugma diante das frustações. Sorria, babe.
Não cheguei a dar um xilique, mas comprovei que fleugma é algo que me é geneticamente ausente, num primeiro momento. É um saco ser tão reativa.
Não sei o que mais me incomoda. Se é a imprevisibilidade desse latejante mundo ou a previsibilidade de minhas respostas, uma cachorrinha babando ao som de um sino.
Adendo em 02 de janeiro de 2010
Não sei o que mais me incomoda. Se é a imprevisibilidade desse latejante mundo ou a previsibilidade de minhas respostas, uma cachorrinha babando ao som de um sino.
Adendo em 02 de janeiro de 2010
O momento de umbiguice passa e o cérebro volta a funcionar.
Leio as notícias e me surpreendo com a dimensão real do que efetivamente aconteceu. Aquele temporal que nos assustou na madrugada de 31 de dezembro foi mais que um temporal. Tendo seu epicentro justamente em Angra, devastou dezenas de casas e acredita-se que tenham ocorrido cerca de 50 mortes.
É um alívio fazer o exercício das possibilidades não realizadas, todas apontando um destino pior que um plano de feriados frustrado. Estamos todos bem, nada de irremediável aconteceu.
Acontece um upgrade interno e aquela que olha para o umbigo pode olhar além.
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