Um encontro desencontrado
Quinta feira. Noite de chuva e blues, um bar charmoso, freqüentadores de mais de trinta anos. Duas amigas se encontram.Uma delas recém terminou um relacionamento longo, esquecida de como ser solteira. A outra, descolada, experiente, oferece colo e incentivo à nova solitária da praça. Alguns whiskies, muita conversa, papos, confidências. Descontração.
-Viu o Andy Garcia ali atrás?
-Onde ? onde?
-Ali, atrás de você, não para de te olhar.
-Ali? Atrás?
Bia olha para trás sem a menor sutileza.
-Humm,gostei.
-Mexe na bolsa.
Bia obedece, murmurando entredentes:
-Ele tá olhando.
-Vá ao banheiro.
-Mas eu acabei de ir!Vai parecer que eu tenho cistite!
-Então vai no bar.
-Mas, à troco de quê? Vai dar muita bandeira.
O celular da Bia resolve o impasse.O barulho da banda é enorme, ela precisa sair da mesa para poder ouvir. Vai até o banheiro. Na saída,
-Oi...
-Oi. ( sorri , sem graça)
-Achei seu sorriso lindo.
-Obrigada.(Mais sem graça ainda, mas gostando, claro)
-Queria conhecer vc melhor.
-Nem sei o que dizer...( neurônios se congelam diante da progesterona?)
-Me diz o número do telefone.
-9995-5999 (Que cara decidido, bárbaro!)
Bia sorri.
-Qual é seu nome?
-Luis. O seu?
-Bia.
-A gente podia almoçar, conversar um pouco.Estou com uns amigos de trabalho aqui.Eu ligo amanhã, ai podemos conversar com calma.
Bia é recebida na mesa por uma Alice animadérrima.
-Menina! Grandes possibilidades!!!
-Pô, Alice, Calma. De repente é uma gelada. O cara não liga,ou se liga vai que é um serial killer. Estou cansada de ouvir estas histórias.
-Deixa de ser boba, você tá é com medo, o que tem a perder?
-Bem, é verdade. Nada, né? Nessa altura do campeonato...
Pouco depois, Bia e Alice vão embora. Assim que Bia chega em casa, o celular toca.
-Alô.
-Oi, é o Luis. Quis te ligar ainda hoje. Eu achei seu sorriso lindo, falei com você, pedi seu telefone e estou ligando hoje.
-Que surpresa! Já saiu do bar?
-É, estou saindo, eu achei seu sorriso lindo, queria te conhecer melhor, a gente podia sair, mas... fala, fala alguma coisa de você.
-Fala? O que?
-Eu achei seu sorriso lindo, falei com você, pedi seu telefone e estou ligando hoje....
A mesma frase? De novo?
Silêncio.
-Fala, anda.. não vai falar? Fala, fala alguma coisa...
Bia pensa em voz alta: Sit! Rola! Finge de morto!
-Você trabalha em quê?
-Prá que que você quer saber?
-Ora, você disse para eu falar, trabalho é assunto neutro. Mas, se você prefere a gente fala do tempo. Ainda está chovendo?
A resposta veio contrafeita:
-É, tá. Eu trabalho no Bradesco. E você? Trabalha com o quê?
-Sou psicóloga.
-Já sei.Sai por aí interpretando todo mundo,querendo descobrir as coisas. Sou normal, tá ouvindo?
-Estou,não se preocupe. Só interpreto quem me pede e me paga.
-Você é casada?
-Não. E você?
-Por que você quer saber?
-Pelo mesmo motivo que você me perguntou, ora.
-Ah, é. Sou. Mas isso não é problema pra mim.
-Bem, pode ser um problema prá mim. Imagine, não vou poder te ligar com liberdade, não vou poder encontrar com gente conhecida sua, zero fins de semana, não poder tomar água de coco e andar de mão dada na praia...
Luís interrompe Bia.
-Sabe, você fala demais e isso que você disse é uma idiotice. Se não tem problema prá mim, como vai ter problema prá você?.E,eu estive pensando. Não sei... (suspense na voz) Acho que não vou te ligar amanhã.
-Luis, eu acho que você acabou de ter uma grande idéia! Boa noite.
PS_ O relato não é ficcional. Sem créditos ou deméritos para o diálogo apresentado.
-Viu o Andy Garcia ali atrás?
-Onde ? onde?
-Ali, atrás de você, não para de te olhar.
-Ali? Atrás?
Bia olha para trás sem a menor sutileza.
-Humm,gostei.
-Mexe na bolsa.
Bia obedece, murmurando entredentes:
-Ele tá olhando.
-Vá ao banheiro.
-Mas eu acabei de ir!Vai parecer que eu tenho cistite!
-Então vai no bar.
-Mas, à troco de quê? Vai dar muita bandeira.
O celular da Bia resolve o impasse.O barulho da banda é enorme, ela precisa sair da mesa para poder ouvir. Vai até o banheiro. Na saída,
-Oi...
-Oi. ( sorri , sem graça)
-Achei seu sorriso lindo.
-Obrigada.(Mais sem graça ainda, mas gostando, claro)
-Queria conhecer vc melhor.
-Nem sei o que dizer...( neurônios se congelam diante da progesterona?)
-Me diz o número do telefone.
-9995-5999 (Que cara decidido, bárbaro!)
Bia sorri.
-Qual é seu nome?
-Luis. O seu?
-Bia.
-A gente podia almoçar, conversar um pouco.Estou com uns amigos de trabalho aqui.Eu ligo amanhã, ai podemos conversar com calma.
Bia é recebida na mesa por uma Alice animadérrima.
-Menina! Grandes possibilidades!!!
-Pô, Alice, Calma. De repente é uma gelada. O cara não liga,ou se liga vai que é um serial killer. Estou cansada de ouvir estas histórias.
-Deixa de ser boba, você tá é com medo, o que tem a perder?
-Bem, é verdade. Nada, né? Nessa altura do campeonato...
Pouco depois, Bia e Alice vão embora. Assim que Bia chega em casa, o celular toca.
-Alô.
-Oi, é o Luis. Quis te ligar ainda hoje. Eu achei seu sorriso lindo, falei com você, pedi seu telefone e estou ligando hoje.
-Que surpresa! Já saiu do bar?
-É, estou saindo, eu achei seu sorriso lindo, queria te conhecer melhor, a gente podia sair, mas... fala, fala alguma coisa de você.
-Fala? O que?
-Eu achei seu sorriso lindo, falei com você, pedi seu telefone e estou ligando hoje....
A mesma frase? De novo?
Silêncio.
-Fala, anda.. não vai falar? Fala, fala alguma coisa...
Bia pensa em voz alta: Sit! Rola! Finge de morto!
-Você trabalha em quê?
-Prá que que você quer saber?
-Ora, você disse para eu falar, trabalho é assunto neutro. Mas, se você prefere a gente fala do tempo. Ainda está chovendo?
A resposta veio contrafeita:
-É, tá. Eu trabalho no Bradesco. E você? Trabalha com o quê?
-Sou psicóloga.
-Já sei.Sai por aí interpretando todo mundo,querendo descobrir as coisas. Sou normal, tá ouvindo?
-Estou,não se preocupe. Só interpreto quem me pede e me paga.
-Você é casada?
-Não. E você?
-Por que você quer saber?
-Pelo mesmo motivo que você me perguntou, ora.
-Ah, é. Sou. Mas isso não é problema pra mim.
-Bem, pode ser um problema prá mim. Imagine, não vou poder te ligar com liberdade, não vou poder encontrar com gente conhecida sua, zero fins de semana, não poder tomar água de coco e andar de mão dada na praia...
Luís interrompe Bia.
-Sabe, você fala demais e isso que você disse é uma idiotice. Se não tem problema prá mim, como vai ter problema prá você?.E,eu estive pensando. Não sei... (suspense na voz) Acho que não vou te ligar amanhã.
-Luis, eu acho que você acabou de ter uma grande idéia! Boa noite.
PS_ O relato não é ficcional. Sem créditos ou deméritos para o diálogo apresentado.
1 Comments:
Nina, estou aqui,visitando o teu Clube e me deliciando com teus textos. Como tu não estavas, fui entrando e me adonando.Mas prometo que vou ler e colocar tudo de volta no lugar,tá?
Adorei"Um encontro desencontrado".Menina,ainda mais pelo que li no final de que não é ficcional...(rimou)
Incrivel o que acontece pela noite,não é?
Este bendito aí, é como aqueles produtos que estão no provador das lojas pra gente experimentar.Já adulteraram o cheiro, a cor está desbotada e a textura... longe de ser como a do original.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
beijos
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