Clube das Almas Inquietas

Bem vindo todo aquele que quer mais do que o cotidiano pode oferecer

quarta-feira, junho 28, 2006


Não sei se acontece com todo o mundo, mas há períodos em que nem a gente se entende. Se não há compreensão nem para consumo interno, como fazer a ponte com o lado de fora? Poderia dizer que estou em busca de uma verdade interior ou que estou refletindo sobre os mistérios da vida. Como sempre fui bem provida de neurônios, bastante articulada e muito imaginativa, poderia romancear qualquer coisa assim e ficaria bem bonitinho num post. Na verdade, a sensação é de que não é nada disso. Tenho andado abestada e é só isso.
Hibernando.
Seria lindo se fosse algo no estilo da Bela Adormecida, suavemente repousando em vestes medievais sobre um leito de fino linho, cercada de flores, os longos cabelos adornando o rosto como uma auréola sobre o travesseiro.
Meu cabelo é curto e escuro. Detesto lençol de linho porque amarfanha num segundo e meu sono não tem sido suave. Durmo enroscada, num sonho de sonhos não lembrados, que me deixam sempre com a sensação de entremundos. Imagem melhor do que a da donzela dorminhoca seria o de uma ursa aguardando, entre impaciente e entediada, o fim do inverno.

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