Clube das Almas Inquietas

Bem vindo todo aquele que quer mais do que o cotidiano pode oferecer

terça-feira, fevereiro 11, 2014

O PERDÃO AFETA A MEMÓRIA

 MINHAS


Certas questões são tão basais, tão nucleares para um indivíduo que este passa sua vida buscando a elaboração e integração destas, influenciando escolhas e o rumo dado ao curso de sua vida.

Minha questão nodal é ter minha experiência de vida legitimada, a necessidade de que minha percepção seja validada, mesmo que ela não tenha total veracidade, mas onde o modo como percebo não ser colocado como onipotentemente responsável nem pelo sucesso nem pelo fracasso nas minhas experiências de vida ou relações.

Hoje vejo como um modo de olhar e de viver pode ser transmitido psiquicamente através de gerações, vendo em mim o resultado da maneira com que minha mãe se relacionou comigo e vendo em minhas filhas o produto de nossa interação.Hoje vejo como aprendi e ensinei a lançar minha dor, minha incompreensão, a fúria dos fracassos e perdas nos ombros do outro para que eu pudesse aliviar o peso de minha culpa onipotente. Difícil é a fronteira entre responsabilidade e culpa e a importância da discriminação entre ambas para que a compreensão e o perdão encontrem lugar.

Ser responsável não é ser onipotentemente responsável. Ser responsável é incluir a impossibilidade, a falha e o limite como condição inerente à existência, condição esta que não tem cura, mas que é possível de ser administrada para que as imperfeições ocorram sem destruir ou macular irremediavelmente a integridade e o valor do gesto pessoal.

Se tendemos a ver a vida através do umbigo, em especial na infância, precisamos de alguém que compartilhe as experiências vividas para que se sustente uma coexistência entre a vida que percebemos e a vida sob a ótica de um observador externo. Só desta maneira, aprenderei a não culpar e a não me culpar. Onde poderei não precisar ser o detentor exclusivo dos bem feitos,pois eles não precisarão ser salvo condutos, guardados com zelo, para todas as ocasiões em que a culpa me aprisionar.

Tempos de muda são tempos de despedida e perdão. Derrida diz que o perdão afeta a memória. Sim, afeta de uma forma radical e vitalmente necessária para que mudanças possam acontecer. Precisamos nos despedir e perdoar a nós mesmos e aos que nos cercam, por nossas falhas, por não termos sido os que esperávamos ser. Acolher as escolhas e os resultados destas e o acontecido e o não acontecido.

Quero muito poder trilhar este caminho e conseguir a sabedoria de nele me manter, incluindo aí todos os desequilíbrios que certamente vão acontecer.





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domingo, novembro 17, 2013

ONDE ESTÁ A CULPA?



A contemporaneidade me irrita.

Irrita-me por mil motivos, mas me irrita muito pela minha total incompetência em acompanhar seus padrões.

Fui da geração cabeça: Ia ao cineclube da Paissandu, ao cineclube do MAM assistir filme russo com legenda em espanhol.; A sala só possuía ar renovado, eufemismo para os cineminhas furrecas que não tinham ar condicionado, só ventiladores que mal e mal levantavam a poeira do ambiente. Imagine isto no Rio de Janeiro... até no verão!

Líamos muito: George Orwell, Castaneda, Garcia Marques, Ray Bradbury ( a ficção cientifica estava no auge assim como a literatura latino americana)) . Lembro da emoção de ler na semana do lançamento Incidente em Antares, de Veríssimo e do prazer na picardia das letras de protesto na MPB, exímias nas críticas escritas nas entrelinhas e nas metáforas.

Aprendi a valorizar o intelecto, o cérebro e menosprezar o coitado do corpo que penava com todos os excessos cometidos pela égide da contestação e da experimentação.

Porque a sessão nostalgia?

Para tornar santa e justa minha irritação.

No feriado de 15 de novembro, tive uma crise de cálculo renal que só se resolveu com uma intervenção cirúrgica para a retirada da bendita da pedra que cismou de obstruir o ureter. Nunca senti dor semelhante na vida e espero nunca mais sentir, um terror que me dá arrepios ao lembrar.

Mas não é disto que quero falar. Minha bronca reside em alguns comentários, supostamente solidários:

- O que é que vc anda comendo? Não deve estar fazendo uma alimentação saudável.

- Voce bebe muita água? Ah, tem de beber duzentos litros por dia.

- Ah, vc ainda toma refrigerante, hummm, isso é um veneno...

- Eu tomo muito cuidado com a saúde, justamente para não ter estes problemas.

Aonde, pergunto eu, aonde foi parar o murmúrio solidário, a resposta empática, a pergunta sobre a melhora das condições pessoais do doente?

Desde quando uma preleção sobre bons costumes (incluo aí os alimentares) conforta alguém?

Você adoece e é culpabilizado por isso. Se vc envelhece, se vc engorda, se vc fica triste, você é culpado de ter deixado a falha acontecer.

As mazelas humanas estão perdendo sua capacidade de despertar empatia. Se despertam algo, despertam alívio e sensação de virtude no ouvinte.

Da próxima vez que ficar doente, eu peço: Ajudem-me a me cuidar, mimem-me bastante e deixem a preleção para quando eu ficar boa, combinado?

 

 





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segunda-feira, novembro 11, 2013

Coragem



Tenho conversado bastante, mentalmente, com o blog. Se em outros momentos, como posts anteriores exaustivamente demonstram, eu tinha uma série de pruridos narcísicos, hoje não escrevo mais por pura preguiça de digitar.
Tenho lido posts no facebook, dois na verdade, a Cora Ronai e o Claudio Botelho. Amo os dois e morro de vontade de conversar com eles, mas minha já proverbial falta de culhões (metafóricos, os literais nasci sem) me contém. A cada leitura, relembro com prazer o exercício delicioso de transpor em palavras o vivido dia a dia. Cada um, a seu jeito, é mais do que bom escritor, é alguém de coragem. Coragem de dar  a cara a tapa, de emitir opiniões e suportar as discordâncias e o que mais vier.
A cada leitura dos meus queridos Claudio e Cora, eles me mostram que é irrelevante se concordo ou não com o que escrevem, mesmo quando minha herança de menina de colégio de freira fica de cabelo em pé com o que Claudio diz, mas adoro a  honestidade, o jeito espontâneo, o estilo personalíssimo e delicioso, a coragem de ser diante de tanta gente que seus textos oferecem.A melhor homenagem que poderia lhes fazer é fazer o mesmo - escrever, escrever, testemunhar.
Meu querido mestre, Esdras do Nascimento, me disse um dia, no tempo em que eu fazia sua oficina literária que eu tinha talento, mas não tinha vocação para escritora, visto que eu não priorizava a escrita acima de nada. Ele tinha toda a razão, mas o que ele não disse (pode ter pensado, mas foi delicado em silenciar) é que eu não tinha era coragem.
Isso eu vim entender mais tarde, quando li que um ator não pode ter medo de não ser gostado, não pode ter medo da crítica ou da vaia. Um escritor também. Um escritor não pode ter um superego feroz no cangote. Eu sempre precisei que gostassem de mim e sempre a aprovação ou o sucesso se mostrou como elemento prioritário. Para que correr risco em algo tão elusivo como exercer a literatura, se eu já tinha sucesso na profissão que escolhi? Junte-se a isto medo de despir a alma, mostrar o lado B, ser rejeitada, ter confirmados os meus temores de que não possuo valor suficiente.
Envelhecer é um saco e cada vez que eu escuto eufemismos como “melhor idade” meus dentes rangem como se estivesse ouvindo giz arranhando no quadro negro, imagem que, por si só, evidencia as décadas que me separam do predomínio do quadro branco e do pilot nos bancos escolares. Uma das únicas coisas que melhoram com a idade, se você faz anos e anos de análise, é que finalmente a necessidade de aprovação vira mero desejo de ser acolhido. Se sou, me sinto feliz e grata. Se não sou, lamento muito, mas, fazer o quê?
Isso não quer dizer leniência com os defeitos, ou vista grossa sobre ele, nada disso. Uma das coisas que melhoraram muito com a idade foi minha miopia. Enxergo melhor que nunca. Vejo meus defeitos e os vejo talvez melhor do que antes, mas não acho mais que eles precisam ser erradicados, isso é impossível. Eles podem e devem ser administrados, partindo do mesmo princípio de uma boa maquiagem. Realçando os pontos fortes e protegendo os pontos fracos. Tenho procurado, enfim, ser uma pessoa melhor.
Ué, não era essa minha questão de sempre? Era e não era. Antes eu queria fazer melhor, hoje quero é me sentir melhor. Não para ser admirada, mas para poder viver melhor.  


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quarta-feira, novembro 21, 2012

ODIAR É A PIOR MANEIRA DE AMAR

Achei este texto, perdido entre muitos, escrito há muito muito tempo.
Sem saudades do ódio, mas cheia de saudades deste blog. Saudades de escrever. 


O que eu mais odeio nele é sua capacidade de despertar o meu ódio. Odeio a queimação do rancor subindo e descendo pela garganta e odeio ter de me conter em não desejar, com toda minha força, que as piores baixezas lhe aconteçam. Odeio aquele que me desiludiu de meu grande projeto de pessoa bacana, de minha fantasia galahadiana de ter um coração bom e puro.


Odeio descobrir que não sou uma pessoa boa. Sinto-me ressentida e rancorosa e sem coragem para sê-lo abertamente. Descobri meu talento para o ódio e a maldade e minha covardia em ser desbragadamente vil. Patino nas pequenas mesquinharias, nas agulhadas, aqueles mesmos gestos que sempre desprezei ao encontrá-lo em outros. Odeio a vontade urgente de proclamar segredos confiados, odeio o desejo de trair e odeio não conseguir fazê-lo. Odeio a onda de culpa que me invade por odiar e odeio o impulso que me leva a rezar para tirar estes pensamentos da cabeça, por desejo e medo que eles se realizem e odeio, mais que tudo, ser obrigada a me confrontar com alguém que sempre evitei ser.

Definitivamente não sou uma boa moça, embora até possa ser uma moça boa – às vezes. Odiar me despertou para outras covardias e me libertou de algumas. Libertei-me, sem querer e sem vontade, verdade seja dita, de um tanto de masoquismo travestido em bom mocismo. O lema: “Deixe que te maltratem, silencia. Fica indignada, mas digna. Tua raiva é santa e o castigo virá não de ti, mas da justiça divina.” não me cabe de nenhum modo mais. Deus deve estar exausto de travar minhas batalhas e bem cansado do encargo de proteger-me, e até vingar-se, por mim.

Libertei-me de parte do medo do ostracismo, do repúdio, do abandono e do isolamento, ao menos para reconhecê-lo como terror de fato, o horror à letra escarlate e ao fantasma do judeu errante.

A raiva violenta, onda de fel que sobe das entranhas e que queima e arde por onde se espalha, essa eu revivi depois de anos de sepultamento e disfarce. Percebo hoje que não foi apenas a possibilidade de odiar francamente que ficou silente tantos anos. Muito da minha coragem se perdeu, muito da criatividade, da possibilidade de ser uma tradutora mais fiel de mim naquilo que faço e produzo. Como ser escritora se não quero mostrar-me mal, se temo expor as chagas, as manchas e os excrementos, se me apavora defrontar-me com a sujeira inevitável que os vivos produzem? Como ser-me por inteiro se edito o que sinto e o que sou? Agora sei que não sou só coisa alguma e é por sabê-lo que posso ser cada coisa também. È muito assustador e é por isso que preciso escrever, contar, exorcizar os demônios e tentar ser-me, quem sabe, mais que minhas partes.

Lembro-me de minha avó, contando sobre meu pai, ensinando-lhe, ela me disse, que nunca deveria mencionar fezes ou defecar, mas instruindo o menino a dizer: vou fazer rosas. Pobre menino que tinha por dever transmutar fedor em perfume. Quanto a mim, imagem viva dele, encarreguei-me do legado impossível. Tenho vontade hoje de dizer á minha avó, que finalmente desisti de fazer rosas desse jeito, como meu pai também desistiu. Quero usar minhas fezes para adubar as rosas que eu possa plantar.

Dois dias depois.

Bendita escrita que me renova e me transmuta. Como disse Isabel Allende, para exorcizar alguns demônios é preciso conta-los como um conto. Nem isso, um testemunho basta.

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sexta-feira, outubro 26, 2012

Escrever exige o mesmo despudor de uma stripper. É mister desnudar-se diante do outro, deixar à mostra carne, pele, marcas e pelos - oferecer-se com sedução que será tão maior quanto maior for o prazer em despir-se.

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FILOSOFANDO

Constitutivamente um ser humano sempre irá precisar, em alguma medida, de outro ser humano. Só posso ser diante de um outro ser que me reconheça como tal, ou seja, minha subjetividade, que é a condição de me saber existindo, depende da alteridade.
É assustador que tudo o que diga respeito a mim, meu sentido de self, meu modo de apreender a realidade, minha forma de interagir ou não com o mundo, tudo que resulta da experiência entre o que há dentro de mim e fora de mim, não será de minha exclusiva ingerência, sempre haverá o além de mim.
Não bastando, entre o eu e o além do eu, há uma outra coisa ainda – que não é nem um nem outro e pertence a ambos.

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terça-feira, julho 26, 2011

A rotina se encarrega de tornar o estranho em habitual.

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quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Como eu queria ter escrito este artigo do Calligaris

FOLHA DE SÃO PAULO    São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2011


Todos os reis estão nus
CONTARDO CALLIGARIS


Que Deus nos guarde de todos os que não enxergam sua própria nudez, sejam eles reis ou não

JÁ ESTÁ em cartaz (pré-estreia) "O Discurso do Rei", de Tom Hooper. O filme foi indicado ao Oscar em doze categorias; a atuação de Colin Firth (o rei) é tão inesquecível quanto a de Geoffrey Rush (o terapeuta).

Resumo. Quando George 5º morreu, o filho primogênito lhe sucedeu (com o nome de Eduardo 8º), mas por um breve período: logo ele abdicou, por querer uma vida diferente daquela que o ofício de rei lhe proporcionaria. Com isso, o cadete, duque de York, tornou-se rei -inesperadamente e num momento decisivo: era a véspera da Segunda Guerra Mundial.

O duque de York (e futuro George 6º) era tímido, temperamental e, sobretudo, gago -isso numa época em que, graças ao rádio, a oratória dos ditadores incendiava as praças do mundo: na hora do perigo, para que serve um rei se ele não consegue ser a voz que fala para o povo e por ele?

O filme, imperdível, conta a história (verídica) da relação entre o rei e seu terapeuta, Lionel Logue, um fonoaudiólogo australiano pouco ortodoxo. Eis algumas reflexões saindo do cinema.

1) Qualquer terapia começa com uma dificuldade prática: uma impotência, a necessidade de um conselho, uma estranha tensão nos ombros, uma gagueira. A relação terapêutica se constrói a partir dessa dificuldade: o terapeuta é quem saberá nos livrar do transtorno, seja ele fonoaudiólogo, terapeuta corporal, eutonista, psi (de qualquer orientação) etc.

Quer queira quer não, a ação do terapeuta é dupla: relaxaremos o ombro, exercitaremos a dicção ou endireitaremos o pensamento do paciente, mas, de uma maneira ou de outra, acabaremos mexendo nas fontes de um mal-estar mais geral que talvez se manifeste no transtorno.

2) Há, às vezes (mais vezes do que parece), escondidas no nosso âmago, ambições envergonhadas ou vergonhosas, que não confessamos nem a nós mesmos. Quando sua realização se aproxima, só podemos inventar jeitos de fracassar, porque, no caso, não nos autorizamos a querer o que desejamos.

Obviamente, detestamos a voz do terapeuta que se aventura a nos dizer o que queremos mas não nos permitimos. Essa voz atrevida é a única aliada de desejos que são nossos, mas que encontram um adversário até em nós mesmos.

3) No trabalho psicoterapêutico, o segredo de polichinelo é que, por mais que suspendamos diplomas em nossas salas de espera, somos todos leigos e aventureiros. Não sei se existem cursos ou estágios que ensinem a ouvir o que Logue ouve e entende do desejo escondido do duque de York. Certamente não há formações que ensinem a coragem maluca do terapeuta do rei, seu esforço para se colocar, sem medo, ao serviço do que o duque e futuro rei não quer saber sobre si mesmo.

4) Pensando bem, Logue (como Freud) tinha, sim, uma formação que o qualificava como conhecedor da alma humana e especialmente da dos reis: a leitura de Shakespeare.

5) Quase sempre, chega o dia em que um paciente descobre que seu terapeuta sabe muito menos do que ele (o paciente) imaginava. O paciente pode até pensar que o terapeuta, atrás de seu bricabraque de saberes práticos, é um impostor. É ótimo que isso aconteça, pois, geralmente, é sinal de que o paciente descobriu que ele também é um impostor. No caso, o terapeuta não é qualificado para ser terapeuta, exatamente como o rei não é qualificado para ser rei. (Parêntese: em geral, é assim que nasce uma amizade: os dois se tornam amigos por aceitarem estar ambos nus, como o rei da fábula - mesmo que seja só por um instante.)

Não há como ser terapeuta ou rei sem alguma impostura. Todos carregamos máscaras. Avançamos mascarados, enfeitados por mentiras que nos embelezam. Até aqui, tudo bem: essa impostura é uma condição trivial e necessária da vida social. Os melhores conhecem sua impostura e sabem que não estão à altura de sua máscara.

Os piores se identificam com sua máscara. Acreditar nas máscaras que vestimos é um delírio que nos torna perigosos. Não há diferença entre o rei que acreditasse ser rei, o terapeuta que acreditasse ser terapeuta e o anjo exterminador que saisse atirando e matando, perfeitamente convencido de ser uma figura do apocalipse. Os três teriam isto em comum: acreditariam ser a máscara que eles vestem.

Enfim, que Deus nos guarde de todos os que não enxergam sua própria nudez.

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