O PERDÃO AFETA A MEMÓRIA
MINHAS
Certas questões são tão basais, tão nucleares para um indivíduo que este passa sua vida buscando a elaboração e integração destas, influenciando escolhas e o rumo dado ao curso de sua vida.
Minha questão nodal é ter minha experiência de vida legitimada, a necessidade de que minha percepção seja validada, mesmo que ela não tenha total veracidade, mas onde o modo como percebo não ser colocado como onipotentemente responsável nem pelo sucesso nem pelo fracasso nas minhas experiências de vida ou relações.
Hoje vejo como um modo de olhar e de viver pode ser transmitido psiquicamente através de gerações, vendo em mim o resultado da maneira com que minha mãe se relacionou comigo e vendo em minhas filhas o produto de nossa interação.Hoje vejo como aprendi e ensinei a lançar minha dor, minha incompreensão, a fúria dos fracassos e perdas nos ombros do outro para que eu pudesse aliviar o peso de minha culpa onipotente. Difícil é a fronteira entre responsabilidade e culpa e a importância da discriminação entre ambas para que a compreensão e o perdão encontrem lugar.
Ser responsável não é ser onipotentemente responsável. Ser responsável é incluir a impossibilidade, a falha e o limite como condição inerente à existência, condição esta que não tem cura, mas que é possível de ser administrada para que as imperfeições ocorram sem destruir ou macular irremediavelmente a integridade e o valor do gesto pessoal.
Se tendemos a ver a vida através do umbigo, em especial na infância, precisamos de alguém que compartilhe as experiências vividas para que se sustente uma coexistência entre a vida que percebemos e a vida sob a ótica de um observador externo. Só desta maneira, aprenderei a não culpar e a não me culpar. Onde poderei não precisar ser o detentor exclusivo dos bem feitos,pois eles não precisarão ser salvo condutos, guardados com zelo, para todas as ocasiões em que a culpa me aprisionar.
Tempos de muda são tempos de despedida e perdão. Derrida diz que o perdão afeta a memória. Sim, afeta de uma forma radical e vitalmente necessária para que mudanças possam acontecer. Precisamos nos despedir e perdoar a nós mesmos e aos que nos cercam, por nossas falhas, por não termos sido os que esperávamos ser. Acolher as escolhas e os resultados destas e o acontecido e o não acontecido.
Quero muito poder trilhar este caminho e conseguir a sabedoria de nele me manter, incluindo aí todos os desequilíbrios que certamente vão acontecer.
Certas questões são tão basais, tão nucleares para um indivíduo que este passa sua vida buscando a elaboração e integração destas, influenciando escolhas e o rumo dado ao curso de sua vida.
Minha questão nodal é ter minha experiência de vida legitimada, a necessidade de que minha percepção seja validada, mesmo que ela não tenha total veracidade, mas onde o modo como percebo não ser colocado como onipotentemente responsável nem pelo sucesso nem pelo fracasso nas minhas experiências de vida ou relações.
Hoje vejo como um modo de olhar e de viver pode ser transmitido psiquicamente através de gerações, vendo em mim o resultado da maneira com que minha mãe se relacionou comigo e vendo em minhas filhas o produto de nossa interação.Hoje vejo como aprendi e ensinei a lançar minha dor, minha incompreensão, a fúria dos fracassos e perdas nos ombros do outro para que eu pudesse aliviar o peso de minha culpa onipotente. Difícil é a fronteira entre responsabilidade e culpa e a importância da discriminação entre ambas para que a compreensão e o perdão encontrem lugar.
Ser responsável não é ser onipotentemente responsável. Ser responsável é incluir a impossibilidade, a falha e o limite como condição inerente à existência, condição esta que não tem cura, mas que é possível de ser administrada para que as imperfeições ocorram sem destruir ou macular irremediavelmente a integridade e o valor do gesto pessoal.
Se tendemos a ver a vida através do umbigo, em especial na infância, precisamos de alguém que compartilhe as experiências vividas para que se sustente uma coexistência entre a vida que percebemos e a vida sob a ótica de um observador externo. Só desta maneira, aprenderei a não culpar e a não me culpar. Onde poderei não precisar ser o detentor exclusivo dos bem feitos,pois eles não precisarão ser salvo condutos, guardados com zelo, para todas as ocasiões em que a culpa me aprisionar.
Tempos de muda são tempos de despedida e perdão. Derrida diz que o perdão afeta a memória. Sim, afeta de uma forma radical e vitalmente necessária para que mudanças possam acontecer. Precisamos nos despedir e perdoar a nós mesmos e aos que nos cercam, por nossas falhas, por não termos sido os que esperávamos ser. Acolher as escolhas e os resultados destas e o acontecido e o não acontecido.
Quero muito poder trilhar este caminho e conseguir a sabedoria de nele me manter, incluindo aí todos os desequilíbrios que certamente vão acontecer.