A Estrutura da Maldade
Bollas (1992) em a Estrutura da Maldade escreve sobre os “serial killers”, considerando que estes possuiriam um “killed self”, um self morto, de uma criança que foi repetidamente abusada ou severamente negligenciada pelos pais, que vai “vivendo”, procurando transformar outros selves em selves mortos também, estabelecendo um companheirismo na morte. Ele fala sobre diversas situações onde o mal é experienciado pela pessoa, citando situações de abuso.
Ele fala que a estrutura da maldade se baseia na violação da fé da criança na bondade de seus pais quando o objeto bom no qual ela confiava subitamente muda sua natureza e traí essa confiança.
"Por mais que existam fantasias de crueldade parental, a criança, em última instância, sabe a diferença entre seus sonhos, fantasias e devaneios do momento em que a figura parental é verdadeiramente cruel. "( p.29-30)
Bollas descreve o encontro com a maldade como um ciclo de choque, como uma espécie de morte, a saída do self no corpo, a sensação de vazio e o retorno ao corpo. A estrutura da maldade, como ele chama o fenômeno que descreve em pormenores, é “a recordação que cada pessoa tem de uma traição importante sofrida no meio ambiente, de outra forma confiável, da relação mãe-filho ou pai –filho. Todos vivenciamos este trauma e todos, em conseqüência, conhecemos sua estrutura”.