Clube das Almas Inquietas

Bem vindo todo aquele que quer mais do que o cotidiano pode oferecer

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Ó ADMIRÁVEL MUNDO NOVO...

Alemão é preso ao tentar contrabandear 44 lagartixas na cueca


Um turista alemão que tentou contrabandear répteis na cueca foi preso e será deportado depois de cumprir pena de 3 meses e meio da Nova Zelândia.
Hans Kurt Kubus, de 58 anos, foi pego com 44 lagartixas e pequenos lagartos em risco de extinção pela alfândega neozelandesa no aeroporto de Christchurch.

Kubus, que tinha na cueca uma pochete com oito bolsos feita sob medida para trazer os répteis, admitiu que tinha intenção de contrabandeá-los para sua coleção pessoal quando veio para a Nova Zelândia.
Os agentes da imigração desconfiaram do nervosismo de Kubus ao passar pela alfândega e resolveram verificar as bagagens do turista e revistá-lo.
Entre as espécies apreendidas, algumas podem chegar a US$ 1,4 mil (cerca de R$ 2,5 mil) cada no mercado negro.
"Isso nos lembra de que haverá pessoas que tentarão se aproveitar disso", disse o inspetor alfandegário Mark Day a televisão local.
Segundo o departamento de Conservação do país, esse foi o caso mais sério do tipo detectado na Nova Zelândia nos últimos dez anos. Kubus recebeu uma multa de US$ 3,5 mil (aproximadamente R$ 6,4 mil) e vai passar três meses e meio na prisão neozelandesa antes de ser deportado.

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sexta-feira, janeiro 22, 2010

TAP E RIO DE JANEIRO



Eu já havia visto a homenagem da TAP no dia de Natal em Lisboa. Eis que ela repete a surpresa deliciosa e uma jogada de gênio e comemora o aniversário da cidade do Rio de Janeiro da mesma forma.
Assista que é uma delícia.

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sábado, janeiro 16, 2010

Sim, eu vivo.

Você já passou por um período de grande inquietação?
Um estado de não-sei-o-que-é-mas-que-não-dá-sossego?
Já aconteceu  deste estado ser intensificado quando o mundo lá fora passa por grandes abalos?
Desde o final do ano passado, tenho testemunhado catástrofes.
Tenho sido testemunha de tragédias envolvendo parentes e amigos. Mais recentemente, tragédias ambientais. Hoje, o terremoto no Haiti. Ontem,  as chuvas em Angra, no interior de São Paulo, as enchentes em todo o Brasil.
As fotos escolhidas para estampar a primeira página são sempre de pessoas em meio a escombros. Na maioria da vezes, crianças. Seres humanos sós em sua dor, feridos, desamparados. Os olhos transbordam choque e apelo e nos assombram. Ficamos preenchidos de horror, medo e recusa. Não queremos nos defrontar com a clara expressão do maior terror humano - o colapso, sem aviso e sem clemência, que simplesmente devasta o que quer que esteja à volta.  Acontece o inominável.

O colapso aponta o que sempre esteve presente, mas que para poder viver simplesmente ignoramos. Somos muito frágeis, muito pouco potentes, muito vulneráveis, nada oniscientes. O colapso declara que o que está fora e além de nós é exatamente isto - além de nós.
O colapso nos assombra e nos lembra de que viver é estar em meio de forças que podem ser descontroláveis, inclementes e devastadoras e que estas forças existem dentro e fora de nosso corpo. Quem nunca escutou dentro de si o tremor sorrateiro que se espalha nas entranhas, os ruídos surdos do choque entre impulsos que nos faz subitamente conscientes de cada movimento fisiológico na antecipação do perigo iminente? Também somos como sítios geológicos instáveis, com forças em permanente oposição, numa acomodação sempre precária.
Desde o fim do ano a natureza tem mostrado sua fúria, quer como capricho de sua própria essência, quer como resposta magoada aos maus tratos recebidos. Milhares de vidas foram ceifadas.
 Antes do fim do ano, próximas a mim, outras vidas já haviam sido ceifadas. Estas vidas tinham nome, cheiro, lembranças, afetos e presença. Também se foram em tragédias sem sentido, cedo demais.
Diante de tantas mortes, dor e medo. Também alívio. Estou viva.  Abalada, cônscia demais da mortalidade para me sentir confortável, mas viva.
 Não houve o grande abalo. Não para mim nem para os que mais amo. As placas tectônicas da alma se aquietam, por enquanto.
O que faço com a vida que me foi poupada? O que ser e o que fazer para reconhecer e para usufruir, na justa medida, o milagre da sobrevivência?

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quarta-feira, janeiro 13, 2010

Zilda Arns



Zilda Arns foi uma grande mulher e uma grande humanista.
Sua ausência torna este planeta mais pobre.


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sábado, janeiro 09, 2010

O sentido da vida

Drummond disse que “o sentido da vida é buscar qualquer sentido”.
Ah, como os poetas são precisos.
Minha questão é tão antiga como o primeiro homem e preenche a vida humana desde o primeiro espanto. Explicações são oferecidas em qualquer área do conhecimento: filosofia, psicologia, história, sociologia, teologia e até na física. Mas não se trata de buscar explicações.
Nenhuma explicação vai esgotar a pergunta nem respondê-la.  Como expressar alguma coisa que cria buracos dentro do eu e, no entanto, os preenche completamente de anseios, medos e incertezas?
Sei que não há respostas.  (Para quem é googlemaníaco, vale uma consulta ao verbete. Em sua leitura, o que me aconchegou o espírito foi a referência à 4ª verdade nobre, muito simplesmente explicada como o modo como a pessoa escolhe sua vida.)
 Sei que o possível é buscar a serenidade de fazer perguntas. Também sei que todas estas questões emergem quando não estamos suficientemente felizes e ocupados em apenas viver.
Desconfio que o fundamental é poder expressar o que se sente e ter de volta, não uma resposta de fato, mas a resposta oferecida pela empatia.
Eu também já me senti assim.







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sexta-feira, janeiro 08, 2010

ESCRITO NAS IDÉIAS



Criei um post fantástico. Espirituoso, bem humorado, com observações originais e muito bem escrito - na minha cabeça.
Como estava caminhando na praia, sem papel, lápis ou memória decente que o resgatasse de minha tela mental meu lindo post juntou-se ao arquivo dos bons textos nunca escritos.
Ô dó!

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terça-feira, janeiro 05, 2010

Sonho Impossível


Bethânia declamando Pessoa e cantando Chico

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sexta-feira, janeiro 01, 2010

2010

Ah, meu amigo, a espécie humana peleja para impor ao latejante mundo um pouco de rotina e lógica, mas algo ou alguém de tudo faz frincha para rir-se da gente... (Guimarães Rosa em O Espelho )








Bem que eu fiz planos.
Foram por água abaixo junto com as chuvas que devastaram o Grande Rio e a região de Angra neste 31 de dezembro. Era tanta a chuva que arrepiamos carreira e voltamos para a casa na metade do caminho. O importante foi o repto lançado por aquilo que pode ser chamado de acaso, por falta de outro nome.  Como eu me prometera não brigar com o tempo nem com o que a vida  pudesse me oferecer, a tal da vida já ficou saliente desde a virada do ano.
Comprometeu-se? Determinada?
OK. Vamos ver onde fica sua elegancia e fleugma diante das frustações. Sorria, babe.
 Não cheguei a dar um xilique,  mas  comprovei que fleugma é algo que me é geneticamente ausente, num primeiro momento. É um saco ser tão reativa.
Não sei o que mais me incomoda. Se é a imprevisibilidade desse latejante mundo ou a previsibilidade de minhas respostas, uma cachorrinha babando ao som de um sino.

Adendo em 02 de janeiro de 2010
O momento de umbiguice passa e o cérebro volta a funcionar.
Leio as notícias e me surpreendo com a dimensão real do que efetivamente aconteceu. Aquele temporal que nos assustou na madrugada de 31 de dezembro foi mais que um temporal. Tendo seu epicentro justamente em Angra, devastou dezenas de casas e acredita-se que tenham ocorrido cerca de 50 mortes.
É um alívio fazer o exercício das possibilidades não realizadas, todas apontando um destino pior que um plano de feriados frustrado. Estamos todos bem, nada de irremediável aconteceu.
Acontece um upgrade interno e aquela que olha para o umbigo pode olhar além.

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